Internacional bate Estudiantes no fim e tem vantagem

[postlink]http://testecristianofarias.blogspot.com/2010/05/internacional-bate-estudiantes-no-fim-e.html[/postlink]Goleada de 1 a 0! Vitória magra que enche a barriga! Foi grande, foi enorme, foi do tamanho do Beira-Rio o triunfo do Inter sobre o Estudiantes na noite desta quinta-feira, em Porto Alegre, na partida de ida pelas quartas de final da Taça Libertadores.

Diante de um oponente muito forte, frente a frente com o talento de Verón, o time de Jorge Fossati levou a melhor. O gol saiu perto do fim do jogo, em cabeceio de Sorondo, para enlouquecer as mais de 40 mil pessoas que foram até o lar vermelho ver o jogão contra o atual campeão da América.
O resultado oferece conforto, mesmo que mínimo, para o jogo da volta, quinta-feira que vem, às 19h45m (de Brasília), no Estádio do Quilmes. O gol aos 42 minutos do segundo tempo dá ao Inter o direito de empatar na Argentina e até de perder por um gol, a partir do 2 a 1. Vale vaga nas semifinais da Libertadores.

Antes, no domingo, o Colorado volta a pensar no Campeonato Brasileiro. O adversário é o Goiás, às 16h, no Serra Dourada. Jorge Fossati deve escalar reservas.

O tempo nos pés de Verón

É um processo físico o que acontece com Verón dentro de um campo de futebol. Ele magnetiza a bola em vez de dominá-la. Ele impulsiona a bola em vez de chutá-la. O craque argentino, como se tivesse os pés envoltos por pedaços de algodão, joga com maciez, com suavidade. Joga demais. Tudo no Estudiantes passou por ele no primeiro tempo. E foi justamente por isso que o Inter esteve longe de vencer o time de La Plata na etapa inicial.


É injustiça dizer que a equipe colorada foi mal nos 45 minutos iniciais. Não foi isso. O Inter teve a bola, tentou acelerar o jogo, buscou tabelamentos, foi até superior ao Estudiantes. Mas a grande questão é que esteve sempre controlado. E muito por causa de Verón, com sua capacidade de marcar presença no campo inteiro e passar a impressão de que só se desloca em um pedaço de dois metros quadrados.

O Inter precisava de um jogo intenso no primeiro tempo. E teve que engolir uma partida cadenciada, bem no estilo da “Brujita”.
Foi o time de Jorge Fossati que criou mais chances. Mas a primeira foi do Estudiantes. Sandro, com 15 minutos, perdeu a bola no meio do campo.
Ela girou pelo ataque e caiu nos pés de Pérez. O chute foi forte, muito perigoso, mas por cima do gol de Abbondanzieri. A resposta colorada foi exatamente no mesmo tom: Alecsandro, de fora da área, também com perigo, também por cima.

O Inter ensaiou uma pressão que jamais virou realidade. O grande lance de ataque dos colorados teve Andrezinho como protagonista. Ele recebeu um toquezinho leve de Walter e saiu na cara de Orión.
Na dividida com o goleiro, o máximo que conseguiu foi um escanteio. Alecsandro, aos 22, voltou a arriscar de longe. Sem sucesso.
O Beira-Rio, quase lotado, teve momentos de rugido.

E outros de silêncio. Estava na cara dos torcedores que o jogo era dos mais difíceis. Verón, com aquele jeitão de quem nunca quer nada e quase sempre consegue tudo, assustou.
Ele tabelou pela direita (sempre de primeira, como se fosse proibido dar mais de um toque na bola) e mandou o cruzamento.
Boselli faria o gol se Bolívar não vestisse manto de santo e cortasse na hora certa. O mesmo Verón, pouco depois, mandou chute de direita. A bola passou sobre o gol de Abbondanzieri.
Riscos necessários no Beira-Rio

Correr riscos virou uma necessidade para o Inter no segundo tempo. O jogo se resumiu a uma fórmula quase matemática: quanto mais passava o tempo, mais o Colorado precisava atacar, e mais o Estudiantes ameaçava no contragolpe.
Paciência. Melhor arriscar ganhar o jogo (ou perdê-lo) do que se acomodar com o 0 a 0.


O problema é que o Estudiantes não foi campeão da América por bênção dos céus. Ganhou porque é bom time. Boselli, Pérez e Sosa são bons coadjuvantes para Verón. Eles colocaram calor na zaga colorada, que conseguiu se safar antes que o pior acontecesse. Pérez, com 16 minutos, mandou chute cruzado, de assustar, mas para fora.

O Inter não sabia mais como atacar. Jorge Fossati resolveu dar corda no relógio do Estudiantes. Saiu a força física de Walter, entrou a correria de Taison. O jogo, não necessariamente por causa da troca, esquentou. D’Alessandro fez linda jogada e deixou para Nei.
O cruzamento foi perfeito. Alecsandro subiu e encaixou o corpo do jeito que os centroavantes fazem quando vão marcar o gol. O cabeceio só não foi melhor do que a defesa de Orión. Na sequência da jogada, Andrezinho bateu cruzado, e o goleiro pegou de novo.

O Inter, pouco a pouco, foi tentando aumentar o bafo colocado na zaga adversária. Aos 36, Guiñazu entrou na área e foi ao chão. Pediu pênalti, e o árbitro acertou ao mandar o jogo seguir. Com cruzamentos de longe, avanços rápidos pelo meio e triangulações, o time vermelho criou esperanças de vitória. O Estudiantes, inclusive Verón, cansou. E pagou caro por isso. Andrezinho cruzou, e Sorondo, de cabeça, fez o gol da vitória, o da goleada por 1 a 0, o de uma vitória magra que enche a barriga de qualquer colorado!

INTERNACIONAL 1 x 0 ESTUDIANTES

Abbondanzieri, Nei (Glaydson), Bolívar, Sorondo e Kleber; Sandro, Guiñazu, Andrezinho e D’Alessandro (Giuliano); Walter (Taison) e Alecsandro.
Técnico: Jorge Fossati

Orión, Clemente Rodríguez, Cellay, Federico Fernández, Desábato e Ré; Sánchez, Pérez (Steffanato), Verón e Sosa (Benítez); Boselli.
Técnico: Alejandro Sabella

Gol: Sorondo, aos 42 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: D'Alessandro, Bolívar, Sandro, Nei, Guiñazu (Inter); Sánchez, Clemente Rodríguez, Sosa (Estudiantes)
Estádio: Beira-Rio. Data: 13/05/2010.
Árbitro: Roberto Silvera (Uruguai).
Auxiliares: Miguel Nievas (Uruguai) e Carlos Pastorino (Uruguai).


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